Vinte contêineres carregados com castanha de caju e outros sete contendo pescado cearense deixaram de ser embarcados com destino aos Estados Unidos. A suspensão ocorreu como medida preventiva diante da nova sobretaxa de importação de 50% anunciada por Donald Trump. A partir de hoje, 06, qualquer produto que não estivesse embarcado já estaria sujeito às novas tarifas de 50% pelos Estados Unidos.
Essa cobrança adicional é composta por uma tarifa padrão de 10% (em vigor desde abril de 2025) mais a sobretaxa de 40%, totalizando o patamar de 50% sobre os produtos brasileiros exportados aos EUA. O pescado do Ceará é um dos principais setores exportadores afetados.
Em 2024, o estado enviou US$ 54 milhões em pescados, dos quais 96% teve como destino o mercado americano. Já a castanha de caju — outro produto de destaque cearense — representou aproximadamente R$ 60,8 milhões em exportações no primeiro semestre de 2025.
No entanto, este problema não se limita ao pescado e à castanha: cerca de 92% de todos os itens exportados pelo Ceará aos EUA estão sujeitos à nova tarifa de 50%, incluindo frutos, ceras vegetais (como a cera de carnaúba), calçados, couros e peles.
O impacto econômico estimado é considerável. Além dos prejuízos diretos para os produtores familiares e pequenos exportadores, há risco de crise nos contratos, demissões e queda na renda das comunidades envolvidas na cadeia produtiva.
Em resposta à emergência, o governo do Ceará estuda alternativas como a destinação da produção para programas públicos — inclusive merenda escolar e outras iniciativas sociais — e o incentivo à diversificação dos mercados, explorando novas rotas comerciais fora dos EUA.