O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, participou nesse sábado (23) de ação na cidade de Salvaterra, na Ilha do Marajó (PA), para combater a violência contra mulheres e a exploração sexual infantil. Foi a quinta ação itinerante na região, em programa coordenado pela conselheira do CNJ Renata Gil.
A iniciativa “Ação para Meninas e Mulheres do Marajó” conta com apoio do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), do Governo do Pará e do Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA) e tem objetivo de conscientizar a população local sobre a violência e as consequências. Além disso, visa ampliar o acesso à Justiça na região e de dar suporte às unidades judiciárias para agilizar julgamentos sobre violência doméstica e familiar.
O ministro destacou que há um machismo estrutural na cultura brasileira e que a violência sexual contra crianças pode transforma-las em adultos que não colaborem com a sociedade.
“Não há violência maior do que a sexual. Crianças são feitas para brincar, aprender, observando a vida como deve ser. O abuso sexual contra crianças mais do que covardia é uma traição à condição humana. (…) Precisamos enfrentar a violência sexual contra meninas; isso é absurdo, inaceitável. (…) Homem que bate em mulher é covarde e homem que bate em criança quase deixa de ser humano para ser monstruoso”, afirmou o presidente do STF.
A conselheira Renata Gil destacou que as ações no Marajó são feitas com interlocução entre Judiciário, Executivo e Legislativo, mas que ainda é necessário ampliar a presença do Estado a região. “A situação não está toda desvelada, é preciso incentivar a vítima a denunciar e punir corretamente os agressores”, disse.
A atriz Luiza Brunet, ativista do combate à violência sexual contra mulheres e crianças, também participou da ação em Salvaterra.
Barroso e a comitiva conversaram com mulheres vítimas da violência e com integrantes do sistema de Justiça para compreender a realidade da região.
Fonte: CNJ