Petrobras e Ibama iniciam neste domingo teste decisivo na Margem Equatorial

Avaliação mede a capacidade de resposta da estatal a incidentes na Foz do Amazonas e é etapa final para concessão de licença de perfuração

Petrobras e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) iniciam neste domingo (24) os testes de resposta a incidentes relacionados à perfuração na Foz do Amazonas.

Conhecido como APO (Avaliação Pré-Operacional), o procedimento é uma das últimas etapas do processo de licenciamento ambiental para a exploração da área, considerada a nova fronteira petrolífera do país.

Caberá ao Ibama elaborar um acidente hipotético, sem revelar previamente à Petrobras os detalhes ou a duração do teste, justamente para verificar a capacidade de reação da estatal em diferentes cenários.

Durante a simulação, serão avaliados pontos como a eficiência dos equipamentos, a agilidade da resposta, o cumprimento dos prazos previstos para atendimento da fauna e a comunicação com autoridades e demais partes interessadas.

A operação mobilizará mais de 400 pessoas e utilizará embarcações de grande porte, helicópteros e a própria sonda NS-42.

A Petrobras aguarda a realização da APO desde maio. O atraso gerou insatisfação na companhia, que gasta mais de R$ 4 milhões por dia para manter a sonda ODN II parada e pronta para operar.

O teste marca mais um passo na tentativa da estatal de obter autorização para perfuração exploratória na região, processo iniciado em 2023, logo após a transição do governo Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na ocasião, a empresa posicionou uma sonda no local e solicitou a Avaliação Pré-Operacional, mas o pedido foi negado pelo Ibama, que considerou insuficiente o plano de emergência apresentado.

Somente em maio deste ano o instituto aprovou uma nova versão do plano de proteção à fauna oleada, que agora será colocado à prova na APO.

Após a conclusão do teste e a análise dos resultados, o Ibama decidirá se concede a licença de perfuração.

Mesmo em caso de êxito, a autorização não será imediata: ainda será necessário definir as condicionantes ambientais, que são obrigações específicas impostas à empresa durante a operação.

No caso da perfuração de poços, essas condicionantes costumam incluir o monitoramento de espécies marinhas, como cetáceos e tartarugas, além de outras medidas de controle ambiental.

Com a APO concluída e as condicionantes estabelecidas, caberá ao presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, tomar a decisão final. É dele a responsabilidade de assinar e liberar a licença única que autoriza a perfuração na Foz do Amazonas.

Fonte: CNN Brasil

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