Tesouro Direto: taxas caem e prefixado paga menor juro do ano após IPCA ameno

IPCA agradou e inflação nos EUA reforçou expectativa por corte, mas ameaça de Trump contra Powell segurou ímpeto entre títulos de inflação

As taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto tinham queda generalizada na manhã desta terça-feira (12), puxadas pela divulgação de dados de inflação considerados amenos tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, quando o movimento foi em parte interrompido por um comentário do presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçando o presidente do Federal Reserve de processo judicial.

Os títulos tinham queda de juros em todos os vértices na atualização pouco depois das 9h de hoje, mas as declarações de Trump frearam o movimento entre os papéis atrelados à inflação, com os de vencimento mais longos zerando as quedas.

Em uma publicação no Truth Social nesta terça, Trump disse que está “considerando permitir um grande processo judicial contra Powell devido ao “trabalho horrível e grosseiramente incompetente que ele fez na gestão da construção dos prédios do Fed”.

Ainda assim, não foi o suficiente para frear o recuo de raxas entre os títulos prefixados e os mais curtos do Tesouro IPCA+. Às 11h58, o Tesouro Prefixado 2028 pagava 13,15%, menor nível de 2025, e o Prefixado 2032 ia a 13,55%, menor juro desde o dia 4 de julho. Já o Tesouro IPCA+ 2029 remunerava o investidor com 7,61% ao ano além da inflação, taxa vista pela última vez também há mais de um mês.

O fechamento da curva de juros ocorre após o IPCA de julho mostrar alta de 0,26%, bem abaixo do piso das estimativas, o que é visto como um possível argumento para o mercado revisar projeções para o início dos cortes na Selic.

Em reação, o dólar também recuou, e foi a R$ 5,40, ajudado pela fraqueza global do dólar após os EUA divulgarem inflação ao consumidor em linha com o esperado.

“O mercado gostou do dado de inflação divulgado hoje, pois isso significa que o Fed poderá reduzir os juros sem obstáculos no próximo mês”, avalia Seema Shah, estrategista-chefe da Principal Asset Management. De acordo com ferramenta de monitoramento do CME Group, as chances de um corte de 25 pb nos juros em setembro subiram para 90,1%, e as de corte de 75 bp em 2025 foram a 55%.

Fonte: Infomoney

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